ENTENDA A GUERRA ENTRE ISRAEL E HAMAS
No sábado (7), o grupo extremista islâmico Hamas, classificado como terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, lançou uma série de ataques surpresa contra Israel, resultando em uma escalada de violência e deixando um rastro de destruição e centenas de vítimas fatais.
Considerado um dos mais devastadores dos últimos anos, o ataque foi uma afronta direta às autoridades israelenses. Em seu pronunciamento, o Hamas justificou a ação como o início de uma operação com o objetivo de conquistar novos territórios.
O recente ataque, que deixou centenas de vítimas, é mais um capítulo sangrento dessa disputa incessante. Em meio aos céus de Gaza, milhares de foguetes foram lançados em direção a Israel, violando as fronteiras que separavam as nações.
Rapidamente, os militantes palestinianos conseguiram derrubar as barreiras israelenses, que eram consideradas de alta tecnologia, e invadiram o território inimigo, realizando ataques por terra e mantendo reféns. Em um golpe cruel, os combatentes também se infiltraram em Israel pelo mar. No meio do caos, jovens que se divertiam em um festival de música eletrônica foram surpreendidos pelos ataques.
As autoridades confirmaram a descoberta de 260 corpos no local e entre eles estava o brasileiro Ranani Glazer, desaparecido desde o último sábado. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não hesitou em declarar guerra em resposta ao ataque. Em suas palavras, os palestinianos pagariam um alto preço por suas ações e a resposta
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs um plano para resolver o conflito entre judeus e árabes na Palestina, através da criação de dois estados independentes. Segundo a proposta, os judeus ficariam com a região de Israel, enquanto os palestinos teriam Gaza e Cisjordânia como seu território.
No entanto, os árabes rejeitaram o acordo, alegando que ficariam com as terras mais pobres. Apesar disso, em 1948 foi criado o estado de Israel, o que gerou revolta entre os palestinos e levou ao início da Guerra árabe-israelense. Durante a guerra, Gaza foi ocupada pelo Egito e, em 1967, com a Guerra dos Seis Dias, Israel tomou controle da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, região considerada sagrada por judeus, árabes e cristãos.
O conflito continuou por décadas, marcado por episódios de tensão, como a primeira Intifada em 1987, quando os palestinos se rebelaram contra as tropas israelenses. Em 1993, os Acordos de Oslo foram estabelecidos, criando a Autoridade Nacional Palestina (ANP), responsável pela administração política dos territórios palestinos. No entanto, Israel só retirou suas tropas da Faixa de Gaza em 2005.
Em 2012, a ONU reconheceu a Palestina como um estado observador permanente, mas as diversas tentativas internacionais de fechar um acordo de paz na região falharam. O impasse continua até hoje, com o Hamas, uma organização islâmica que surgiu em 1987 como uma vertente da Irmandade Muçulmana, rejeitando qualquer diálogo com Israel.
O grupo reivindica a libertação dos territórios palestinos do que consideram ser uma colonização israelense. Enquanto isso, Israel exige o reconhecimento como um estado judeu, enquanto o Hamas se apresenta como uma alternativa à Autoridade Palestina, que é vista como tendo se rendido ao reconhecimento de Israel.
O Hamas é responsabilizado por uma série de ataques a Israel e é considerado como uma organização terrorista por EUA, União Europeia e Israel. Segundo o Departamento de Estado americano, o grupo recebe apoio financeiro, armas e treinamento do Irã, além de doações de palestinos e expatriados. Em 2021, o Ministro da Defesa israelense alegou que o Irã repassava cerca de 100 milhões de dólares anualmente ao Hamas.
O conflito entre israelenses e palestinos segue sem resolução e com tensões cada vez maiores.