Neste sábado (16), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou da reunião de cúpula do grupo G77 e a China, que ocorreu em Havana, Cuba.
O encontro reuniu líderes de países em desenvolvimento para debater temas globais, cooperação internacional e os desafios comuns dessas nações.
Em seu discurso, o presidente brasileiro abordou a questão da regulamentação das plataformas digitais, defendendo o projeto de diretrizes globais da Unesco, que busca equilibrar a liberdade de expressão e o acesso à informação com a proteção da democracia e dos direitos humanos, diante dos riscos de atos antidemocráticos e disseminação de ódio nas redes sociais.
O presidente também cobrou que os países ricos invistam nos países em desenvolvimento para a preservação ambiental, destacando as duas grandes transformações em curso: a revolução digital e a transição energética. Segundo ele, essas mudanças não podem ser conduzidas por um pequeno grupo de economias ricas, reproduzindo a relação de dependência entre centro e periferia. Ele afirmou que os países do G77 e a China precisam ter as condições necessárias para responder a esses desafios.
O presidente Lula não mencionou o embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba em seu discurso. O Brasil historicamente se opõe ao embargo, mas essa posição foi alterada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou as sanções unilaterais.
Ao assumir a presidência pela terceira vez, Lula voltou a colocar a diplomacia brasileira contra ao embargo. Segundo o governo do petista, as sanções asfixiam o regime de Cuba.
O que é o embargo?
O embargo, ou bloqueio, como é chamado em Cuba, ocorreu em 1959, quando a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro derrubou o ditador Fulgêncio Batista. Desde então, a relação entre o grupo rebelde e os Estados Unidos não tem sido harmoniosa.
O bloqueio é um compilado de leis que servem para ir contra as mudanças instaladas pela Revolução Cubana. A principal delas é a desapropriação de terras, que pertencem a americanos, que tem o objetivo de reforma agrária.
O atual líder do regime ditatorial cubano, Miguel Díaz-Canel, diz que o embargo é o responsável pelos protestos, pela desigualdade econômica e pela falta de liberdade no país.
Além do Brasil, a Organização das Nações Unidas (ONU) também se posiciona contra ao embargo. A entidade defende que as sanções unilaterais, transgridem o direito internacional e o multilateralismo.
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