Nove pessoas perdem a vida em confronto com a polícia na Bahia

Nove pessoas foram mortas em confrontos com a Polícia Federal (PF) em Salvador, após a morte do agente Lucas Caribé Monteiro, no bairro de Valéria, no domingo (17).

Segundo a Secretaria de Segurança da Bahia (SSP-BA), os confrontos ocorreram em diferentes locais e horários, e resultaram na apreensão de armas e munições.

A SSP-BA informou, em nota, que dois dos confrontos aconteceram no mesmo dia da morte do agente, quando policiais federais localizaram suspeitos de envolvimento no crime. Nesses casos, foram apreendidos uma pistola e um revólver. Outros dois confrontos ocorreram no final de semana, quando policiais militares receberam denúncias de que um suposto traficante estaria acompanhado de outros comparsas no bairro Periperi. Um revólver calibre 38 foi apreendido nessa ação.

A SSP-BA disse que as investigações sobre a morte do agente da PF continuam e que a Polícia Civil está à frente do caso. A PF também divulgou uma nota lamentando a morte do agente e manifestando solidariedade aos familiares e amigos.

Desde sexta-feira (15), quando o policial federal foi morto, os agentes localizaram três fuzis, uma carabina, uma submetralhadora, três pistolas, um revólver, carregadores, munições, radiocomunicadores e peças de veículo roubado com o grupo suspeito de participar diretamente da ação que tirou a vida do policial.

Bahia vive crise na segurança pública
Após a morte do agente Lucas Caribé, o ministro da Justiça,  Flávio Dino (PSB-MA), lamentou o ocorrido e informou que o Diretor Geral da PF iria pessoalmente à Bahia para acompanhar os fatos.

Dados do  Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos. No ano passado, a Bahia foi o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial, somando 1.464 ocorrências – cerca de 28 casos por semana.

A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com um grande foco nas periferias das cidades, onde há morte diária de jovens negros e de classes mais pobres.