Após a oitava morte na mesma família, a defesa de Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, principal suspeito do envenenamento coletivo em Parnaíba, no litoral do Piauí, protocolou um pedido de soltura. O advogado Antônio de Pádua afirmou a imprensa que a recente morte de Maria Jocilene Silva, de 41 anos, reforça a tese de inocência do seu cliente, já que Francisco está preso e não poderia ter participado desse novo crime.
"A Polícia Civil ainda não concluiu o inquérito policial para identificar o verdadeiro autor desse crime, que envolve várias vítimas, inclusive uma nova vítima enquanto o principal suspeito está encarcerado, impossibilitado de praticar o crime. Isso traz sérias dúvidas sobre a autoria atribuída a Francisco de Assis," disse o advogado.
Até agora, oito pessoas da mesma família morreram com suspeita de envenenamento em Parnaíba. As primeiras vítimas foram duas crianças em agosto de 2024 e mais seis adultos em janeiro de 2025.
O pedido de revogação da prisão temporária de Francisco foi protocolado e aguarda parecer do Ministério Público. Sobre especulações de que Jocilene Silva teria morrido em consequência do envenenamento do dia 1º de janeiro, o advogado rebateu, argumentando que os sintomas apresentados por ela seriam recentes.
"Se fosse sequela, ela poderia ter sentido algo antes. Mas ela apresentou todos os sintomas agora. Já protocolei o pedido de revogação de prisão temporária, abordando esses novos fatos," reiterou o advogado.
Antônio de Pádua reforça que seu cliente é inocente e foi preso somente por contradições aparentes em seu depoimento. "A defesa acredita que ele merece a liberdade, diante da complexidade das investigações, pela força do novo fato e, principalmente, pela falta de indícios contra ele. Francisco foi preso por contradições que não revelam elementos concretos da autoria do crime," sustentou a defesa.
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