O asteroide Bennu, com 500 metros de diâmetro e 74 milhões de toneladas, é uma das maiores ameaças espaciais conhecidas.
Segundo um estudo da Universidade Nacional de Pusan, na Coreia do Sul, há uma chance de 1 em 2.700 de ele colidir com a Terra em 2182. Se isso acontecer, as consequências seriam catastróficas: o planeta enfrentaria um "inverno de impacto", com escuridão, frio extremo e queda drástica na produção de alimentos por até quatro anos.
A pesquisa, publicada na revista *Science Advances*, simulou os efeitos de uma colisão que liberaria entre 100 e 400 milhões de toneladas de poeira e detritos na atmosfera. Isso bloquearia a luz solar, reduziria as temperaturas globais em até 4 ºC, diminuiria as chuvas em 15% e afetaria a camada de ozônio em 32%. A fotossíntese terrestre cairia 36%, e a marinha, 25%, colocando a segurança alimentar em risco.
Bennu, descoberto em 1999 e classificado como um asteroide próximo à Terra (NEA), já foi estudado de perto. Em setembro de 2023, a missão Osiris-Rex da NASA trouxe 120 gramas de amostras do asteroide, revelando a presença de elementos essenciais para a vida, como carbono, enxofre e até componentes do DNA e RNA.
As simulações também mostraram efeitos surpreendentes nos oceanos. Enquanto a vegetação terrestre levaria dois anos para se recuperar, o plâncton se regeneraria em apenas seis meses, impulsionado pelo ferro presente na poeira do impacto. Esse fenômeno poderia beneficiar áreas oceânicas pobres em nutrientes, como o Oceano Antártico.
Apesar da baixa probabilidade de impacto, especialistas alertam que colisões com asteroides de médio porte, como Bennu, ocorrem a cada 100.000 a 200.000 anos. O próximo passo da pesquisa será analisar como a humanidade poderia se adaptar a um mundo transformado por um evento tão catastrófico. Enquanto isso, Bennu continua a ser monitorado de perto, lembrando-nos de que o espaço ainda guarda ameaças reais para o nosso planeta.