Em uma sessão marcada por discursos duros e clima tenso, o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) rejeitou, por 5 votos a 2, o habeas corpus que pedia a soltura da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa desde o dia 3 de abril pela Polícia Federal. A decisão mantém a prisão preventiva da parlamentar, suspeita de envolvimento com organização criminosa e uso de recursos ilícitos na campanha eleitoral de 2024.
O relator do caso, juiz José Maria de Araújo Costa, votou pela concessão do habeas corpus, sustentando que não há risco concreto à investigação caso Tatiana fosse colocada em liberdade. Apenas o juiz Daniel de Sousa Alves acompanhou o relator. No entanto, foram cinco votos contrários ao pedido de soltura: os dos desembargadores Ricardo Gentil e Sebastião Martins (presidente da Corte), dos juízes Nazareno Reis, Maria Luiza de Moura e Edson Alves.
Durante o julgamento, o vice-presidente e corregedor do TRE, Ricardo Gentil, foi enfático ao criticar qualquer possibilidade de libertação da vereadora, alertando para o suposto avanço de organizações criminosas sobre a Justiça Eleitoral.
“Estaríamos dando um atestado de que essas ações podem continuar. Jamais, em tempo algum, eu me dobrarei a essas situações”, disparou Gentil.
A defesa de Tatiana, representada pelo advogado Samuel Castelo Branco Santos, tentou descredibilizar as provas apresentadas, alegando que mensagens apagadas do celular da parlamentar diziam respeito a uma briga pessoal com o namorado, Alandilson, que também está preso e é apontado como integrante da facção criminosa “Bonde dos 40”.
Apesar dos argumentos da defesa, a maioria da corte entendeu que a manutenção da prisão é essencial para proteger a ordem pública e garantir o andamento das investigações.
Tatiana Medeiros permanece detida em alojamento especial no Quartel da Polícia Militar do Piauí, por ser também advogada.