O ano mal começou e o Piauí já contabiliza um número alarmante: 21 mortes por afogamento. O dado, divulgado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMEPI), acende um sinal vermelho e faz crescer a preocupação com a segurança nos balneários, rios, açudes e cachoeiras que se tornam ponto de lazer nesta época de cheia.
Em meio ao aumento do volume das águas, a campanha "Banho Seguro" foi intensificada com ações diretas em locais de risco e orientações que podem salvar vidas. Mas, segundo especialistas, o principal perigo continua sendo o descuido — e, muitas vezes, a tentativa desesperada de resgatar alguém sem o preparo necessário.
“A pessoa que está se afogando vai se agarrar em você com força, em desespero. Se você não tem treinamento, o risco de que vire uma tragédia dupla é enorme”, alerta Weilla Araújo, especialista em mergulho do CBMEPI.
Piscinas mal cercadas, mergulhos em águas turvas, correntezas traiçoeiras e uso imprudente de motos aquáticas estão entre os vilões dessa triste estatística. E as vítimas, muitas vezes, são crianças ou jovens em momentos de lazer com a família.
“O problema está em subestimar os perigos. Em rios, a profundidade muda de repente, há desníveis, galhos, pedras. No mar, as correntes de retorno são silenciosas e fatais. É preciso estar alerta o tempo todo”, reforça Weilla.
O Corpo de Bombeiros ainda chama atenção para um erro comum: o impulso de pular na água para salvar alguém. Em muitos casos, familiares acabam se tornando mais uma vítima, num desfecho ainda mais trágico. “O ideal é lançar algo que flutue, buscar ajuda especializada, e nunca agir sozinho. Nossos próprios bombeiros trabalham em dupla por segurança”, finaliza a especialista.
Com as férias se aproximando e o calor aumentando, o apelo é claro: redobre os cuidados. A próxima vida salva pode ser a sua — ou de alguém que você ama.