De acordo com a Polícia Civil, uma técnica em enfermagem de 31 anos, responsável pela administração do remédio, confessou o erro e foi presa em flagrante, sendo posteriormente liberada após pagar fiança de R$ 4.560. Ela vai responder em liberdade por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.
José Rafael deu entrada no hospital por volta das 21h50, com sintomas de bronquiolite. A pediatra plantonista prescreveu hidrocortisona (100 mg) como parte do tratamento. No entanto, o menino recebeu, por engano, uma dose de succinilcolina, um relaxante muscular de uso restrito, normalmente aplicado apenas em procedimentos de intubação.
Logo após a aplicação, a criança passou mal: teve queda de saturação, vômito e sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo com massagem cardíaca, intubação e uso de adrenalina, mas sem sucesso. A morte foi confirmada às 23h45, menos de duas horas após a chegada ao hospital.
Segundo o boletim de ocorrência, o frasco de succinilcolina estava armazenado erroneamente em uma caixa rotulada como hidrocortisona. A pediatra destacou à polícia que houve falta de atenção da técnica, já que ela deveria ter verificado nome, dosagem e validade do medicamento.
O caso gerou forte comoção. O corpo de José Rafael foi sepultado na tarde de quarta-feira (07), no Cemitério Campo Santo São Sebastião, em Andradina.
Em nota, a Unimed de Andradina, responsável pelo hospital, lamentou a perda e afirmou que afastou temporariamente a profissional, além de assegurar colaboração nas investigações e reforçar seu compromisso com a segurança dos pacientes.
“Nos solidarizamos com a família neste momento de dor. A profissional foi afastada para garantir uma apuração técnica e precisa”, informou a instituição.