TSE remete à Procuradoria-Geral Eleitoral habeas corpus de Tatiana Medeiros; vereadora é acusada de seis crimes pela Polícia Federal
O Ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta sexta-feira (09) o envio dos autos do recurso em habeas corpus da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), que terá até cinco dias para se manifestar. A defesa da parlamentar pede a revogação da prisão preventiva e sua substituição por medidas cautelares.
Tatiana foi presa em 3 de abril, e dois pedidos de soltura já foram negados. A Polícia Federal a indiciou por seis crimes:
Organização criminosa
Corrupção eleitoral
Falsidade ideológica eleitoral
Lavagem de dinheiro
Apropriação indébita
Peculato-desvio (rachadinha)
O que diz a investigação:
Segundo a PF, Tatiana usava o Instituto Vamos Juntos, fundado por ela, para lavagem de dinheiro e compra de votos com o envolvimento direto de seu padrasto, Stênio Ferreira Santos, que atuava como intermediador. Durante a operação, foram encontrados:
Documentos com listas de eleitores;
Um "Relatório Votos Válidos" com registros de pagamentos via Pix a lideranças políticas;
Dados recuperados de dispositivos eletrônicos destruídos.
A ONG foi suspensa judicialmente, e os investigadores apontam uma ligação entre Tatiana, seu padrasto, seu namorado Alandilson Cardoso Passos (preso em Minas Gerais), e sua mãe, Maria Odélia Medeiros, compondo o que seria um esquema financeiro familiar com fins eleitorais.
Em áudio obtido pela PF, Alandilson afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha da vereadora, e sugere que uma facção criminosa teria uma representante dentro da Câmara Municipal.
O caso segue sob análise do TSE, e a resposta da PGE será crucial para definir os próximos passos do processo judicial.