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TSE barra liberdade de vereadora acusada de chefiar esquema de votos comprados por Pix!

Tatiana Medeiros segue presa, mas embolsa R$ 25 mil mensais; investigação liga vereadora, família e namorado a facção criminosa e lavagem de dinheiro eleitoral.

Francisco Oliveira
Por: Francisco Oliveira Fonte: redação Manchetenet
21/05/2025 às 09h13
TSE barra liberdade de vereadora acusada de chefiar esquema de votos comprados por Pix!
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Brasília – O cerco se fecha contra a vereadora Tatiana Medeiros.

Presa desde abril sob acusação de chefiar um esquema criminoso de compra de votos, lavagem de dinheiro e ligação com facção, a parlamentar teve seu pedido de liberdade rejeitado pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mandou o caso de volta ao TRE-PI.

 

A defesa tentou um habeas corpus alegando prisão ilegal, mas o ministro apontou que o recurso foi apresentado de forma prematura, já que o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí sequer havia julgado o mérito do caso.

“A Suprema Corte não pode analisar esse tipo de pedido sem decisão colegiada prévia”, afirmou Nunes Marques em despacho oficial.

O TRE-PI, no entanto, já havia identificado fortes indícios de um esquema estruturado, com envolvimento de recursos públicos e atuação de uma organização criminosa para manipular o resultado eleitoral.

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Mesmo atrás das grades, Tatiana Medeiros continua a receber R$ 25 mil mensais de salário como vereadora afastada. A Câmara de Teresina confirmou que, como ela ainda não foi condenada, mantém seus vencimentos em dia — o que revolta parte da população.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal são explosivas: Tatiana, o namorado Alandilson Cardoso (preso em Minas Gerais) e o padrasto Stênio Ferreira Santos foram apontados como líderes de uma operação clandestina de compra de votos. O trio teria usado o Instituto Vamos Juntos — fundado por Tatiana — para realizar transferências via Pix a eleitores e cabos eleitorais, com valores fixados em R$ 100 por voto.

A PF encontrou relatórios intitulados “Relatório Votos Válidos”, listas de eleitores e dados que haviam sido apagados dos celulares da vereadora — mas que foram recuperados. A Justiça determinou a suspensão das atividades da ONG envolvida.

Em uma gravação interceptada, Alandilson afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha de Tatiana e sugere que ela representava interesses de uma facção criminosa dentro da Câmara Municipal. A relação próxima entre o padrasto, a mãe da vereadora e o namorado só aumenta as suspeitas de que se trata de um esquema familiar de poder paralelo operando dentro da política local.

Com a decisão do TSE, o caso volta ao TRE-PI, que será o responsável por decidir se Tatiana Medeiros continuará presa — ou se poderá responder em liberdade às acusações que podem abalar o sistema político de Teresina.

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